freguesia do concelho de Vinhais, distrito de Bragança, abrange uma área de 40 quilómetros quadrados, distribuída pelos lugares de Paçó e Quintela, tendo como freguesia limítrofes Soeira, Fresulfe, Santa Cruz, Vila Verde, Travanca e Vinhais.
Paçó, freguesia do concelho de Vinhais, distrito de Bragança, abrange uma área de 40 quilómetros quadrados, distribuída pelos lugares de Paçó e Quintela, tendo como freguesia limítrofes Soeira, Fresulfe, Santa Cruz, Vila Verde, Travanca e Vinhais. O nascimento da freguesia de paço remonta aos primeiros anos da tomada da Península pelos romanos, dado que chegaram aos nossos dias alguns legados desse império romano, como a ponte, o troço de estrada e uma moeda de prata, com a esfinge de TIBÉRIO. Outros sinais que provam a presença dos romanos neste território foram encontrados no castro de Quintela. Mas, segundo o abade de Baçal, o topónimo “Montão de Terra”, que aponta para a existência de uma anta, indica-nos que outros povos, antes dos romanos, por aqui passaram e se fixaram. O topónimo de Paçó deriva de “paarioo”, que significa morada senhorial, de senhor de Honra ou de “villa” agrária. O Colégio dos Jesuítas de Bragança teve aqui varias propriedades. Esta povoação foi vila por foral de D. Dinis, em 1310, e teve foral novo dado por D. Manuel I, em 1512. Paçó foi atingida vila e sede do concelho, extinto em 1836.
(Textos fornecidos pela Junta de Freguesia de Paço)
Freguesia constituída pelos lugares de Paço e de Quintela, é designada de Paço de Vinhais para se distinguir de outras povoações com os nomes de Paçô e Passô.
No termo desta freguesia registam-se diversos topónimos indiciadores da existência de estações arqueológicas, que depois de devidamente exploradas fornecerão valiosas indicações sobre o povoamento do actual território da freguesia. Sabe-se que os romanos andaram por aqui como atestam a ponte e o troço de estrada romana, e uma moeda de prata, com a efígie de Tibério aqui encontrada. Numerosos sinais de romanização foram também encontrados no castro de Quintela, sendo ainda visível o fosso construído para minimizar a vulnerabilidade do povoado, do lado noroeste, e a passagem da única linha de muralha. Mas antes dos romanos, outros povos por aqui passaram e se fixaram. Disso nos parece falar o topónimo "Montão de Terra", que para o abade de Baçal era "uma autêntica anta, já violada, como mostra a depressão central, e tem valor especial por acrescentar aos nomes populares já tão variados destes monumentos o de Montão de Terra, que agora surge pela primeira vez.
O mesmo autor fala ainda de outros topónimos de referências arqueológicas como "Tumbiadouro", onde há umas elevações naturais de terrenos em forma cónica, cobertas de carvalhos, que muito bem podiam servir de anta natural", e "Fraga da Moura", onde "há uma longa galeria por um fragueiro adentro, que termina em poço fundo". Conta ainda que "há poucos anos andaram lá três homens de Vinhais à procura de tesouros; tiraram mais de trinta carros de entulho mas nada encontraram do que procuravam". Intensa pesquisa foi a que o levou a correr "uma a uma as muitas fragas do Cabeço da Pena Escrita do termo de Paço.
Antiga vila e sede de concelho extinto em 1836, o seu topónimo deriva de "paacioo", termo arcaico filiado no latino "palatiolu", morada senhorial, de senhor de Honra ou de "villa" agrária, este caso o mais provável. Teve aqui várias propriedades o Colégio dos Jesuítas de Bragança. Em Quintela possuiu o mosteiro leonês de Moreirola algumas propriedades de que não fazia foro à coroa. O reitor de Paço foi da apresentação da mitra com 150 mil réis de rendimento. A povoação sede da freguesia teve foral de D. Dinis, dado em Lisboa a 9 de Setembro de 1310, e foral novo outorgado por D. Manuel I a 4 de Maio de 1512. Alguns anos depois foi levantado o pelourinho manuelino que não sobreviveria à extinção do concelho.
Numa das suas visitas a esta freguesia, o abade de Baçal disse que "não podemos despedir-nos de Paço de Vinhais, apontamos no nosso canhoto de notas em 30 de Abril de 1932, numa excursão a estes sítios sem nos referir à dor de alma que nos causou ao ver o capitel do seu pelourinho a servir de batente à porta de uma loja de bois! É de granito, oitavado, decorado por três ordens de ornatos, que se repetem, alternando em cada face do octógono. Num, uma torre com três janelas, terminada em triângulo coroado por uma cruz; no outro, um triângulo encimado por três círculos contínuos em linha recta e no outro uma carantonha. O centro da base apresenta o orifício onde encaixava o fuste da coluna". E o bom do abade, então, implorava: "Que a mentalidade indígena se amercie do monumento, lídimo brasão do seu povo, mandando-o restaurar, como fizeram os de Vinhais, ou recolher a um museu, onde documentará a importância da sua terra, a glória dos que, pelo seu valor mental, cívico e económico, souberam triunfar abraçados à ideia municipalista, égide de incalculáveis benefícios sociais. É possível que, procurando cuidadosamente, ainda apareçam as outras pedras do monumento".
Felizmente a mensagem foi escutada e compreendida. Homens de cultura como o Pde. Francisco Afonso conseguiram sensibilizar e mobilizar a população, tendo sido detectados alguns dos restos do antigo e nobre monumento, pelo que se promoveu o seu restauro no largo principal da aldeia. Belo e erguendo-se em toda a sua imponência tem como única peça original o capitel que servia de batente na tal loja de bois.
Ali em frente ao pelourinho eleva-se a magnífica igreja matriz de S. Julião. Possui no interior um acervo patrimonial deveras assinalável: a talha barroca de estilo nacional no altar-mor, nos laterais e nos retábulos, para além de pinturas do século XVIII nos tectos. De grande mérito é também a igreja de Quintela, bem como a Capela de S. Lourenço, mas não se pode esquecer o Santuário de Nossa Senhora da Ponte. Ermida de construção recente, alpendrada, no seu recinto se reúne grande número de pessoas durante o segundo fim-de-semana de Julho. Munidas de suculentos eabundantes farnéis, repartem o tempo entre as sombras dos ramos compridos dos castanheiros e dos salgueiros das margens do rio e as manifestações religiosas e recreativas de um bem elaborado programa que lhes é proposto.
(Textos fornecidos pela Junta de Freguesia de Paço)
Orago – São Julião
População: 380 habitantes
Actividades económicas: Agricultura, pecuária e pequeno comércio.
Festas e Romarias: S. Julião (7 de Janeiro), Santa Bárbara (1.° domingo de Agosto) , S. Lourenço e Santa Marinha (2° fim-de-semana de Agosto).
Provérbio:
Ano de nevão, ano de pão.Março Marçagao de manha cara de cão, ao meio dia de rainha e a noite de fuinha.Ramos molhados carros carregados.Em dia de São Martinho souta o teu soutinho, mata o teu porquinho e prova o teu vinhinho.Pelo São Martinho vai à adega e prova o vinho.Se a Senhora da Piedade rir está o Inverno para vir, se chorar está o Inverno a passar.Muito sabe quem sabe ler, mas ainda sabe mais quem sabe tecer.Em Outubro colhe tudo.Em Janeiro sobe ao Outeiro: se vires torrejar põe-te a cantar, se vires verdejar põe-te a chorar.A 20 de Março tanto durmo como faço.
Crenças e Superstições:
Quando se ouve um cão uivar é sinal de trovoada.Não se pode trabalhar ao Domingo porque Senhor Jesus Cristo castiga.Quando os cães latem toda a noite é sinal de morte.Quando a coruja pia 3 vezes alguém irá morrer nessa noite.Quando se parte a louça deve-se deitar sal para o azar não chegar.Quando se entorna azeite, deita-se sal em cruzes sobre o azeite derramado, para evita o mau agouro, e diz-se: “Mau agouro credo cruzes Santo nome de Jesus.”Depois do parto, a mulher tem que se comer caldo de galinha.Uma mulher grávida não pode colocar a chave à cinta, para a criança não nascer com o beiço rachado.Quando se está grávida não se pode passar por baixo de cordas.A mulher grávida não pode ver nenhum morto.Para o mal de inveja deve-se colocar no dia 1 de Maio um ramo de giesta amarela na porta (as maias).
Grande parte dos usos e costumes desta região são recordados e revividos nas festas e romarias que se realizam na freguesia. É num ambiente de enorme alegria, onde o religioso dá a mão ao profano, que se vive o dia 17 de Janeiro, consagrado a Santo Antão, e o dia 24 de Junho, dedicado ao São João. Estas 2 festas são iniciadas com a missa na Igreja Paroquial, à qual se seguem momentos de convívio e muita animação num arraial onde os habitantes fazem questão de participar. Os dias de festa, como já se referiu, são também aproveitados para reviver tradições desta região, como os Jogos Tradicionais. Grupos de homens, crianças e, por vezes, mulheres reúnem-se para praticar os jogos da Bilharda, dos Paus, da Relha, do Ferro e do Fito, recordando assim a forma lúdica e divertida que os seus antepassados usavam nos seus tempos de lazer.
Bilharda
Com um pau de cerca de 30cm, uma criança lançava uma bilharda (pequeno pau, com cerca de 10cm, com 2 bicos). Fazia-se uma pequena cova no chão onde coubesse a bilharda. O jogador lançava a bilharda o mais longe possível e a outra criança, do sitio onde a bilhar havia caído, tinha que tentar mete-la na cova. O lançador da bilharda devia impedir que a bilharda entrasse. Se a 2 criança conseguisse acertar na cova directamente, ganhava 5 pontos e teria a oportunidade de lançar a bilharda. Como, habitualmente, não conseguia, o jogador fazia um risco à frente da bilharda o outro tentava de novo, em, lançamento livre. Se conseguisse alcançar o seu objectivo, seria ele a lançar, mas, caso não conseguisse, o jogador, com o pau, batia no bico da bilharda, fazendo-a saltar o mais longe possível. No local onde a bilharda caísse, media-se em paus até à cova. O jogador terminava quando um dos jogadores chegava aos 30 pontos, tornando-se assim o vencedor.
Jogo dos Paus
O terreno consagrado a este jogo é, normalmente, inclinado, podendo jogar-se nos dois extremos do campo, embora a equipa ou os jogadores que fiquem na parte de cima gozem de uma certa vantagem. O numero máximo de participantes é de 4 pessoas, que podem jogar aos pares ou individualmente, devendo ter entre os 20 e os 40 anos. Os utensílios necessários para este jogo são nove paus, uma pedra, duas bolas e duas rodas designadas por “malhão”. Os paus são colocados sobre a pedra de jogo. Esta pedra, rectangular e lisa, com cerca de um metro quadrado de superfície, encontra-se semi-enterrada no centro do campo. A cerca de 4m desta, colocam-se, um de cada lado, os malhões. Os jogadores colocam-se em cima da parte menor do malhão e daí arremessam-se as bolas, feitas em madeira de carvalho, de forma a tentar derrubar os paus. Os lançamentos devem ser realizados por baixo, mais ou menos à altura da cintura. O participante tem de atingir os paus com a bola e tentar projecta-los para lá da raia, isto é, da linha desenhada a 8m da pedra de jogo. Para se saber quem dá inicio ao jogo lança-se uma moeda ao ar. Depois, põem-se os paus em cima da pedra, em 3 filas. A da frente deve ter 2, a do meio 4 e a de trás 3 paus. O jogo vale 40 pontos, divididos em 20 pontos de baixo e 20 de cima. O jogador a atingir primeiro esta pontuação vence o jogo. Mas, para arrecadar os pontos a bola tem de passar a raia ou, pelo menos, ficar por cima dele, de outra forma os pontos são considerados nulos. Os pontos são distribuídos tendo em conta a raia e o número de paus caídos. Assim, os paus que passem a raia valem 10 pontos, enquanto os que apenas se aproximarem equivalem a um ponto. Se o pau cai mas fica em cima da pedra vale também um ponto. Quando a bola não ultrapassa a raia diz-se que o jogador sancou, o mesmo se diz daquele cuja bola bateu na pedra sem tombar os paus. Neste caso, o jogador fica de castigo e só pode lançar de baixo.
Jogo da Relha
Desenhava-se uma raia no chão, ou melhor, uma linha. Depois, os jogadores colocavam-se atrás desta marca e, um de cada vez, iam atirando a relha, isto é, o ferro do arado das vacas, por entre as pernas. O participante que conseguisse lançar a relha o mais longe possível da raia vencia o jogo.
Jogo do Ferro
Este jogo tem bastantes semelhanças com a célebre modalidade olímpica conhecida como lançamento do dardo. Isto porque para jogar era necessário ter aquilo que se consignou designar por ferro de alavanca, ou seja, um ferro com aproximadamente 1,50m. Depois de ser lançado, tinha de ficar espetado no chão e inclinado para a frente, pois só desta forma o ponto era considerado valido. Ao jogador que atingisse a maior distancia estava destinada a vitória.
Jogo do Fito
O fito joga-se com 2 pequenas pedras, colocadas em pé e distancia cerca de 10 a 20 metros, e dois marcos. 2 ou 4 jogadores iniciam o jogo, tentando derrubar o fito (marco de pedra) ou, pelo menos, conseguir que a sua pedra fique o mais próxima possível dele. O derrube do marco vale seis pontos, enquanto que quem conseguir colocar a malha mais próxima que o adversário alcança 3 pontos. Vence o jogo aquele que conseguir chegar 1º aos quarenta pontos.
Património cultural e edificado:
Igreja Paroquial, Capela de S. Lourenço, Igreja em Quintela, cruzeiro, fontes românicas, fraga da Moura, castro, ponte romana em Quintela, troço de estrada romana, moinhos e Santuário de Nossa Senhora da Ponte.
Gastronomia:
Fumeiro, presunto, cascas (prato típico composto de feijão seco com as cascas com pernil de porco), costela e pé salgado e fumado, caldo de nabos com perdiz ou presunto, posta mirandesa, milhos com lebre, pão de falia e casco (farinha de trigo cozida a vapor), folar da Páscoa, pudim de ovos, doce de ginja e compotas várias.
BRASÃO - escudo vermelho, pelourinho de prata entre duas lebres de ouro, em cortesia. Coroal mural de prata que quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: « PAÇÓ - VINHAIS».
Bandeira - esquartelada de branco e vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.
Presidente da Junta
Secretário -
Tesoureiro -